13 de agosto de 2017

História

 


Sátiro Francisco Moreira e Maria Leopoldina Pinheiro

                             

Sátiro Francisco e Maroquinha Pinheiro

                  



Sátiro Francisco e Maroquinha Pinheiro

 

       Meus pais moravam na cidade de Paraná – RN desde quando era vila. Minha mãe comumente chamada de Maroquinha Pinheiro era uma grande líder no serviço ao próximo e a comunidade. Desde que ela chegou a vila iniciou a construção de uma capela em homenagem a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

        Quando a vila passou a ser cidade nunca se candidatou porque ela achava que deveria ser meu pai e toda cidade pedia para que um deles se candidatasse. Assim, minha mãe resignava-se a assistir o paradeiro da cidade, mas continuava... e dedicava-se com empenho a realizar grande festas da padroeira com bandas de músicas vindas da cidade de Uiraúna -PB e Luiz Gomes-Rio Grande do Norte. Não tinha os meios para desenvolver a cidade e sofria...


 Maria Leopoldina Pinheiro Moreira
(Maroquinha Pinheiro).

      

Logo que meu pai morreu minha mãe junto aos meus irmãos resolvem doar a “Casa” onde nascemos para ser a Casa Paroquial da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Paraná-RN. Devido as condições de idade, saúde minha mãe teve que deixar a cidade de Paraná- RN para ir morar em Uiraúna-PB que tinha mais condições por ser naquela época um período de grande falta d’água na cidade e não existia água encanada tinha secado muitos mananciais.

Era também desejo de minha mãe que aquela casa continuasse de portas abertas para os eventos da comunidade, como sempre foi na época do meu pai ao seu lado.

 Hoje esta casa se tornou quase um memoria de suas presenças. A comunidade tem num enorme painel de parede fotos da nossa família e de festas da padroeira. Transformou – se num pequeno Centro Comunitário de evangelização, onde se realizam os encontros e reuniões das Pastorais e PASCOM da paróquia. Fotos da CASA


       A cidade de Paraná-RN fica na divisa entre os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, porém, ficou um longo tempo abandonada pelos dois estados.

       A "Rua da Paraíba", onde nasci é completamente abandonada pelos Prefeitos de Uiraúna-PB que só vão lá à época das eleições para pedirem votos. Nunca fizeram nada pela Rua da Paraíba. Não existe esgoto nem saneamento básico. È completamente abandonada pela prefeitura de Uiraúna- PB o lado que pertence á Paraíba. Já podia ter até asfalto ligando a cidade de Paraná-RN pelo lado da Paraíba passando pelos Sítios, Guerrilhas e  Santa Umbelina que ficaria pertinho, fazendo uma boa economia de gasolina para grande parcela daquelas populações vizinhas que tem que dar uma grande volta perto de Luiz Gomes para ir á Uiraúna tão próxima por aquele percurso que não é asfaltado.


        Nossa casa fica na Rua da Paraíba. Somos Uiraunenses, porém sinto-me filha de Paraná-RN. Foi ali que nascemos e vivemos com tanto amor a nossa infância tão alegre e cheia de festas.

     Meu pai era um homem tímido apaixonado pelo campo e pela agricultura. Era produtor de algodão, milho e feijão e bom patrão.  A maior parte dos seus trabalhadores construíram suas casas com o lucro de seus trabalhos e garra, pois ele vivia pelos seus meeiros sempre fazendo financiamentos bancários mais pensando nos seus trabalhadores que plantavam enormes campos de lavouras de algodão, feijão e milho e seguravam sempre o básico para o ano todo. Ajudava a cada pessoa sem distinção...

Maria Leopoldina Pinheiro 
(Maroquinha Pinheiro).

      Minha mãe Maria Leopoldina Pinheiro (Maroquinha Pinheiro) continuou a construção de uma igreja com enormes sacrifícios... Com muito trabalho e peregrinações construiu a primeira Igreja. Mas, por falta de um projeto esta primeira Igreja caiu... Ela começou tudo de novo!

       Fazia enormes caminhadas pelos sítios pedindo ajuda como também ia até a capital Natal-RN.

       Realizava longas caminhadas e peregrinações pelos sítios pedindo ajuda para construir a Igreja indo até a capital Natal-RN e grandes festas de partido que era a

Participação e colaboração de todos, com a ajuda das pessoas dos sítios conseguiu construir a segunda igreja.

 

Peregrinações para construir a Igreja
Foto: Heronides Pinheiro - Brasília





Igreja Nª Senhora do Perpétuo Socorro Paraná - RN
Foto: Conceição Pinheiro

          Para Maroquinha Pinheiro não era só a igreja de pedra a erguer, mas as famílias, os jovens, as crianças. Ela foi também a minha primeira catequista.

Lutava para a cidade se erguer. Quando as pessoas colocavam uma loja de comércio ela ficava muito feliz com o progresso da cidade. 

Uma vez quando eu era pequena ela me acordou para ir com meu pai pela madrugada a casa de um casal que já tinha três filhos e estavam brigando. Esta visita foi tão frutuosa que tive a alegria de participar das bodas de ouro desta família, aqui em Brasília.

Minha mãe partiu sem realizar o sonho dela de CONSTRUIR A "torre da igreja" da igreja como é normal no estilo brasileiro, em tantas outras igrejas... E não foi concluída até hoje.

 

A sala acolhedora da minha casa de infância com papai e mamãe, minha irmã Terezinha Pinheiro.
E minha querida sogra: Judith Moreira e eu de blusa vermelha ao lado de minha mamãe.

Esta música lembra as suas festas...

Descrição: https://img1.blogblog.com/img/video_object.png

Esta música lembra as suas festas...
Uma curiosidade:

          A cidade de Paraná-RN fica na divisa entre os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. A minha casa é situada na rua da Paraíba. Todos nós somos filhos de Uiraúna -PB por este detalhe. E a cidade de Uiraúna- PB também é extensão da história dos meus pais que são cidadãos uiraunenses. Porém moraram sempre em Paraná -RN e munca lembrados como cidadãos uiraunenses.
A banda de música de Uiraúna- PB sempre estava presente nas festa que minha mãe junto a Comunidade de Paraná-RN fazia para construir a Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Terezinha Pinheiro é a que está com a mão na boca.
Foto: Eleine Pinheiro Rezende
Terezinha Pinheiro é a que está com a mão na boca.
Sonia Pinhiro , Neide Pinheiro, Heronides Pinheiro e Conceição Pinheiro

Maria e tio Revil tinham grande amor pelos meus pais... Todo ano sempre vinha nos visitar com os filhos, nas férias das crianças e tenho hoje grande ternura e lembranças maravilhosas destes relacionamentos familiares que permanecem pra vida. Eram momentos de grande alegria para os meus pais. Graças e eles e seus filhos temos alguns registros daquela época como esta de uma das festas...

                                                                      

A nossa casa de infância hoje 

Quando meu pai Sátiro Francisco Moreira morreu, mamãe sem condições de ficar naquele lugar por causa da idade avançada e de sua saúde (a cidade naquela época, ainda não tinha água encanada) foi morar em Uiraúna - PB, doando sua casa, com o consentimento de seus três filhos para ser “a Casa Paroquial da Cidade de Paraná -RN" e funciona hoje como um pequeno“Centro de Vida”... De portas abertas para a comunidade, como era o estilo deles...


Uma observação:
         No cartório que funcionava em Paraná-RN (Hoje funciona em Luiz Gomes) quando doei a casa fiz uma observação para que conservassem o estilo da casa para manter a memória das grandes festas pois a casa para mim deveria ser e continuar sendo daquele povo que meus pais amavam tanto. Só que esqueci de tirar uma cópia para os dirigentes da comunidade ou não olharam...e para surpresa minha chegando certo dia com minha irmã Terezinha Pinheiro encontrei toda a sua frente descaracterizada. Tudo mudado: as janelas... Lugares das portas de entrada... Da parte da cozinha ...Tudo mudado...
          Terezinha as vezes jogava na loteria e me dizia que se ganhasse a primeira coisa que iria fazer  era fazer era colocar a casa como havíamos doado. Como era antes. Porém hoje para mim isto não importa mais. O importante é estar servindo a comunidade. Isto é um trabalho para as autoridades da cidade...
          Foi espontâneo para mim agora, depois que Terezinha partiu ligar para saber como estava os armários da Casa paroquial. Com alegria fiquei sabendo que era ainda o mesmo que foi da minha mãe em Uiraúna. A Comunidade de Paraná-RN cuida com carinho desta casa. Mesmo sendo distante de João Pessoa. Peguei a agenda de Terezinha e encontrei o mesmo telefone do profissional de transporte que levou um mine caminhão para esta casa de Paraná com seus livros e instantes há pouco tempo atrás... Ele tinha ido com Terezinha.

        Ela até pediu algumas doações de livros para que funcionasse ali, naquela casa uma pequena biblioteca para os adultos, jovens e adolescentes de Paraná criassem o hábito da leitura. Este era o seu desejo ajudar a juventude e as crianças  de Paraná-RN. Ela tinha vontade de conseguir também alguns computadores pois, até hoje, ainda não tem.
           Quero convidá-lo para ser junto conosco ( Agora,  comigo ! Ela queria para olhar e me ajudar a fazer este Blog e corrigir os meus erros... Ela sabia que eu estava fazendo este Blog. Porém, Deus teve pressa em levá-la. Mas, ainda tem tempo para você que viveu conosco esta história contribuir e me ajudar a escrever com as suas lembranças . Ser protagonista também ... Aguardo alguma foto, algum fato deste período que você presenciou esta vida. Pode enviar para:
                                                   moreira.mcp@gmail.com

                             

A Câmara Municipal de Luís Gomes numa sessão plenária, na Igreja de Nossa Senhora Santana outorgou várias homenagens pelo Centenário da Paróquia de Nossa Senhora Santana.

         Entre estas, a minha mãe Maria Leopoldina Pinheiro(Maroquinha),  pelos trabalhos na construção da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - De Paraná-RN no início da cidade de Paraná - RN.

                                              

De José Santana-SP:

Obrigado querida Conceição. 

A história de sua mãe é linda.

 Queria tanto ter lhe conhecido antes. 

                            Gratidão 🙏



Àlbum google de Sátiro e Maroquinha


Papai

Ao papai Sátiro Francisco Moreira.
Ao Pai criador agradeço a Deus pelo papai Sátiro Francisco Moreira.
Aconchego terno.
Sorriso espontâneo.
Bondade ilimitada.
Falar manso.
Amante da natureza.
Protetor dos pobres.
Amigo de todos....
Acolhedor extremoso.
Cultivador dos seus campos cheios de frutos.
Fiel ás missas dominicais e dias santos.
Sempre um pouquinho mais quando pesava na balança para os pobres.
Benfeitor dos seus meeiros.
Protetor dos animais.
Construtor da comunidade...
Da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Na varando do seu comércio espaço para escutar a todos.
No balanço da rede o meu acalento para dormir.
Papai : Sátiro, Satilo, Satiro, Seu Sátiro, Meu padim Satilo,
Deixaste um rastro de bondade e carinho silencioso nesta cidade.
Marcas ou sinais de sua presença só nos corações infinitamente gravado de gerações em gerações, pois o que fica somente é o amor.
Obrigada papai pelo pai, o avô, o amigo, o irmão, padrinho, o tio, o produtor, o comerciante e benfeitor dente pedaço de sertão paraibano, principalmente Paraná- RN e município e Uiraúna - PB.
No céu a mais linda comenda, a sua santidade.
O mais lindo presente, a linda casa que doastes á comunidade e a transfiguração dos seus belos campos que se tornaram abrigos para famílias se tornarem auto-sustentáveis.



A prima, Maristela, sobre minha mãe.



Telinha
 Esta é Maristela Fernandes. Ela disse assim a  respeito de minha mãe:
"Tia Maroquinha gostava muito de cantar esta música:
 “Com minha mãe estarei na santa glória um dia.
 Junto à virgem Maria no céu triunfarei.
No céu, no céu,  com minha mãe estarei.
No céu no céu com minha mãe estarei ”.

Muitas vezes,  quando tia Maroquinha ia lá para casa visitar mamãe eu gostava de escutar as conversas de mamãe e tia Maroquinha. Eu tinha um violão,  naquela época e tia Maroquinha tocava no meu violão cada música linda! 
 Mamãe chamava tia Maroquinha de "coquinha", apelido carinhoso de infância delas.
Tia Maroquinha era muito devota de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro :
" Maria, 
"Uma lembrança linda que só eu presenciei lá em casa, em Uiraúna.  
Sentada na mesa observando mamãe, tia Maroquinha, tia Maria e tia Júlia. As 4quatro na cozinha depois do jantar lavando os pratos. Uma lavava, a outra enxugava, a outra guardava e a outra varria a cozinha tudo na maior alegria, conversando, e confirmando as conversas assim:
    Né coquinha?  È Julhinha. Nè Maniinha? E eu só prestando atenção.  Achando tudo lindo, se tivesse naquela época uma máquina para filmar e registrar esse momento único das quatro conversando você ia se emocionar ao ver as irmãs tão felizes juntas, naquele diálogo! 
                     Lembro-me do seu grande amor com as coisas do alto... Assim era minha tia Maroquinha, uma mulher que se dedicava a Deus. (Assim, confidenciou-me a Telinha (Maristela , minha querida prima e amiga de infância, ela bem mais nova do que eu).




                                      
Sátiro Francisco Moreira
Ele era assim

Amigo, simples e bondoso, sempre presenciei este sorriso.
Comerciante e agricultor no Nordeste e em seu comércio era hábito seu, sempre que pesava produtos como açúcar, etc. colocava sempre um pouco a mais na balança.
Vivia para servir e se doar aos seus trabalhadores do campo e era amigo de todos.
Quando meu pai já estava com a idade mais avançada vi um dia ele chegando perto do fogão ( naquela época a lenha) jogar um caderno gordo de contas das pessoas que lhe deviam. Colocou no fogo e sorrindo disse:
Vou colocar tudo pra Deus. Seja lá o que Deus quiser!
E era maravilhoso constatar a resposta de Deus para aquele gesto! As pessoas vinham pagar as dívidas e ele dizia. Queimei o caderno. Não sei quanto você me deve. E pagavam aquilo que sua consciência dizia.
Ele dizia que parecia que alguém tinha avisado para as pessoas virem pagar suas contas depois que ele desapegou-se daquela forma... Assim era a sua generosidade.


Igreja Nª Senhora do Perpétuo Socorro Paraná - RN
Foto: Conceição Pinheiro

Minha mãe fazia a catequese com as crianças sentas nestes panamás.



Para quem não sabe vou lhe dizer quais os momentos de verdadeira ternura na minha infância. Parece hoje!
Ficaram vivas em mim as tardes de domingo quando minha mãe reunia as crianças e dava o catecismo para todas nós crianças sentadas nos batentes desta calçada da Igreja de Paraná- RN.

Os pais não sabem o quanto fica na vida de uma criança o estar presente em suas vidas proporcionando momentos assim junto com outras crianças. Era a minha maior alegria!
Hoje a comunidade continua o seu trabalho, a catequese e é um lugar de grande devoção a Mãe do Perpétuo Socorro que até hoje se faz a sua tradicional novena, toda terça - feira a noite.
Esta Igreja é o centro de comunhão da cidade construída com ajuda do povo, pobre e sobretudo pelas também dos sítios vizinhos.
Apelo de um amigo

Ontem encontrei um amigo que acessa meu Blog e sugeriu-me para que colocasse fotos da época em que os meus pais na cidade de Paraná–RN faziam estas festas para construir a Igreja.

Hoje a Igreja está pronta e muitos conterrâneos visitam e recebem graças da Mãe do Perpétuo Socorro que pede ao Seu filho: Jesus. E muitos... São socorridos...
Peço para quem tiver fotos do início, daquela época (não tinham máquinas digitais como hoje). Podem enviar as fotos neste e-mail:
moreira.mcp@gmail.com                          







A casa da minha infância que foi doada por minha mãe,
Maroquinha Pinheiro e meus irmãos José Pinheiro e Terezinha Pinheiro para a Igreja de Paraná-RN para sera Casa Paroquial da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.




Casa palco de vida


Sempre de portas abertas...
Coração da cidade!
Do amor jazigo...
Fonte para matar a sede: física, espiritual, cultural e afetiva!
Paragem que saciava a fome de retirantes e pedintes.
Guarida para os solitários...
Palavra de ternura para quem chegava preocupado,
Nervoso ou ansioso.

Palco de Vida
E do amor perene...
Vida que na saudade se revive.
Aconchego afável sabor de felicidade!
Não destruída a sua imagem original nas raízes de fantasias infantis e de coloridos sonhos:

Coleções de santinhos lindos e de sermos santas também... Um sonho que não se acaba jamais...
Terezinha chegou A META