Sátiro Francisco Moreira e Maria
Leopoldina Pinheiro
Sátiro Francisco e Maroquinha Pinheiro |
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Sátiro Francisco e Maroquinha Pinheiro |
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Meus pais
moravam na cidade de Paraná – RN desde quando era vila. Minha mãe comumente
chamada de Maroquinha Pinheiro era uma grande líder no serviço ao próximo
e a comunidade. Desde que ela chegou a vila iniciou a construção de uma capela
em homenagem a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Quando a vila passou a
ser cidade nunca se candidatou porque ela achava que deveria ser meu pai e toda
cidade pedia para que um deles se candidatasse. Assim, minha mãe resignava-se a
assistir o paradeiro da cidade, mas continuava... e dedicava-se com empenho a
realizar grande festas da padroeira com bandas de músicas vindas da cidade de
Uiraúna -PB e Luiz Gomes-Rio Grande do Norte. Não tinha os meios para
desenvolver a cidade e sofria...
Maria Leopoldina Pinheiro Moreira (Maroquinha Pinheiro). |
Logo que meu pai morreu minha mãe junto
aos meus irmãos resolvem doar a “Casa” onde nascemos para ser a Casa Paroquial
da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Paraná-RN. Devido as condições
de idade, saúde minha mãe teve que deixar a cidade de Paraná- RN para ir morar
em Uiraúna-PB que tinha mais condições por ser naquela época um período de
grande falta d’água na cidade e não existia água encanada tinha secado muitos
mananciais.
Era também desejo de minha mãe que
aquela casa continuasse de portas abertas para os eventos da comunidade, como
sempre foi na época do meu pai ao seu lado.
Hoje esta casa se tornou quase um memoria de
suas presenças. A comunidade tem num enorme painel de parede fotos da nossa
família e de festas da padroeira. Transformou – se num pequeno Centro
Comunitário de evangelização, onde se realizam os encontros e reuniões das
Pastorais e PASCOM da paróquia. Fotos
da CASA
A cidade de Paraná-RN fica na divisa entre os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, porém, ficou um longo tempo abandonada pelos dois estados.
A "Rua da Paraíba", onde
nasci é completamente abandonada pelos Prefeitos de Uiraúna-PB que só vão lá à
época das eleições para pedirem votos. Nunca fizeram nada pela Rua da
Paraíba. Não existe esgoto nem saneamento básico. È completamente abandonada
pela prefeitura de Uiraúna- PB o lado que pertence á Paraíba. Já podia ter até
asfalto ligando a cidade de Paraná-RN pelo lado da Paraíba passando pelos
Sítios, Guerrilhas e Santa Umbelina que ficaria pertinho, fazendo uma boa
economia de gasolina para grande parcela daquelas populações vizinhas que tem
que dar uma grande volta perto de Luiz Gomes para ir á Uiraúna tão próxima por
aquele percurso que não é asfaltado.
Nossa casa fica na Rua da Paraíba. Somos
Uiraunenses, porém sinto-me filha de Paraná-RN. Foi ali que nascemos e vivemos
com tanto amor a nossa infância tão alegre e cheia de festas.
Meu pai era um homem tímido apaixonado pelo campo e pela agricultura. Era produtor de algodão, milho e feijão e bom patrão. A maior parte dos seus trabalhadores construíram suas casas com o lucro de seus trabalhos e garra, pois ele vivia pelos seus meeiros sempre fazendo financiamentos bancários mais pensando nos seus trabalhadores que plantavam enormes campos de lavouras de algodão, feijão e milho e seguravam sempre o básico para o ano todo. Ajudava a cada pessoa sem distinção...
Maria Leopoldina Pinheiro (Maroquinha Pinheiro). |
Minha mãe Maria Leopoldina Pinheiro (Maroquinha Pinheiro)
continuou a construção de uma igreja com enormes sacrifícios... Com muito
trabalho e peregrinações construiu a primeira Igreja. Mas, por falta de um
projeto esta primeira Igreja caiu... Ela começou tudo de novo!
Fazia enormes caminhadas pelos sítios
pedindo ajuda como também ia até a capital Natal-RN.
Realizava longas caminhadas e
peregrinações pelos sítios pedindo ajuda para construir a Igreja indo até a
capital Natal-RN e grandes festas de partido que era a
Participação
e colaboração de todos, com a ajuda das pessoas dos sítios conseguiu construir
a segunda igreja.
Igreja Nª Senhora do Perpétuo Socorro Paraná - RN Foto: Conceição Pinheiro |
Para Maroquinha Pinheiro não era só a igreja
de pedra a erguer, mas as famílias, os jovens, as crianças. Ela foi também a
minha primeira catequista.
Lutava para a cidade se erguer.
Quando as pessoas colocavam uma loja de comércio ela ficava muito feliz com o progresso
da cidade.
Uma vez quando eu era pequena ela me
acordou para ir com meu pai pela madrugada a casa de um casal que já tinha três
filhos e estavam brigando. Esta visita foi tão frutuosa que tive a alegria de
participar das bodas de ouro desta família, aqui em Brasília.
Minha mãe partiu sem realizar o sonho
dela de CONSTRUIR A "torre da igreja" da igreja como é normal no estilo
brasileiro, em tantas outras igrejas... E não foi concluída até hoje.
A sala acolhedora da minha casa de infância com
papai e mamãe, minha irmã Terezinha Pinheiro.
E minha querida sogra: Judith Moreira e eu de blusa vermelha ao lado de minha mamãe.
Esta música lembra as suas festas...
A cidade de Paraná-RN fica na divisa entre os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. A minha casa é situada na rua da Paraíba. Todos nós somos filhos de Uiraúna -PB por este detalhe. E a cidade de Uiraúna- PB também é extensão da história dos meus pais que são cidadãos uiraunenses. Porém moraram sempre em Paraná -RN e munca lembrados como cidadãos uiraunenses.
A banda de música de Uiraúna- PB sempre estava presente nas festa que minha mãe junto a Comunidade de Paraná-RN fazia para construir a Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Sonia Pinhiro , Neide Pinheiro, Heronides Pinheiro e Conceição Pinheiro |
A nossa casa de infância hoje
Uma observação:
No cartório que funcionava em Paraná-RN (Hoje funciona em Luiz Gomes) quando doei a casa fiz uma observação para que conservassem o estilo da casa para manter a memória das grandes festas pois a casa para mim deveria ser e continuar sendo daquele povo que meus pais amavam tanto. Só que esqueci de tirar uma cópia para os dirigentes da comunidade ou não olharam...e para surpresa minha chegando certo dia com minha irmã Terezinha Pinheiro encontrei toda a sua frente descaracterizada. Tudo mudado: as janelas... Lugares das portas de entrada... Da parte da cozinha ...Tudo mudado...
Terezinha as vezes jogava na loteria e me dizia que se ganhasse a primeira coisa que iria fazer era fazer era colocar a casa como havíamos doado. Como era antes. Porém hoje para mim isto não importa mais. O importante é estar servindo a comunidade. Isto é um trabalho para as autoridades da cidade...
Foi espontâneo para mim agora, depois que Terezinha partiu ligar para saber como estava os armários da Casa paroquial. Com alegria fiquei sabendo que era ainda o mesmo que foi da minha mãe em Uiraúna. A Comunidade de Paraná-RN cuida com carinho desta casa. Mesmo sendo distante de João Pessoa. Peguei a agenda de Terezinha e encontrei o mesmo telefone do profissional de transporte que levou um mine caminhão para esta casa de Paraná com seus livros e instantes há pouco tempo atrás... Ele tinha ido com Terezinha.
Ela até pediu algumas doações de livros para que funcionasse ali, naquela casa uma pequena biblioteca para os adultos, jovens e adolescentes de Paraná criassem o hábito da leitura. Este era o seu desejo ajudar a juventude e as crianças de Paraná-RN. Ela tinha vontade de conseguir também alguns computadores pois, até hoje, ainda não tem.
Quero convidá-lo para ser junto conosco ( Agora, comigo ! Ela queria para olhar e me ajudar a fazer este Blog e corrigir os meus erros... Ela sabia que eu estava fazendo este Blog. Porém, Deus teve pressa em levá-la. Mas, ainda tem tempo para você que viveu conosco esta história contribuir e me ajudar a escrever com as suas lembranças . Ser protagonista também ... Aguardo alguma foto, algum fato deste período que você presenciou esta vida. Pode enviar para:
moreira.mcp@gmail.com
A Câmara Municipal de Luís Gomes numa sessão plenária, na Igreja de Nossa Senhora Santana outorgou várias homenagens pelo Centenário da Paróquia de Nossa Senhora Santana.
Entre estas, a minha mãe Maria Leopoldina Pinheiro(Maroquinha), pelos trabalhos na construção da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - De Paraná-RN no início da cidade de Paraná - RN.
De José Santana-SP:
Obrigado querida Conceição.
A história de sua mãe é linda.
Queria tanto ter lhe conhecido antes.
Gratidão
Àlbum google de Sátiro e Maroquinha
Papai
Ao Pai criador agradeço a Deus pelo papai Sátiro Francisco Moreira.
Acolhedor extremoso.
Cultivador dos seus campos cheios de frutos.
Fiel ás missas dominicais e dias santos.
Sempre um pouquinho mais quando pesava na balança para os pobres.
Benfeitor dos seus meeiros.
Protetor dos animais.
Construtor da comunidade...
Da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Na varando do seu comércio espaço para escutar a todos.
No balanço da rede o meu acalento para dormir.
Papai : Sátiro, Satilo, Satiro, Seu Sátiro, Meu padim Satilo,
Deixaste um rastro de bondade e carinho silencioso nesta cidade.
Marcas ou sinais de sua presença só nos corações infinitamente gravado de gerações em gerações, pois o que fica somente é o amor.
Obrigada papai pelo pai, o avô, o amigo, o irmão, padrinho, o tio, o produtor, o comerciante e benfeitor dente pedaço de sertão paraibano, principalmente Paraná- RN e município e Uiraúna - PB.
No céu a mais linda comenda, a sua santidade.
O mais lindo presente, a linda casa que doastes á comunidade e a transfiguração dos seus belos campos que se tornaram abrigos para famílias se tornarem auto-sustentáveis.
A prima, Maristela, sobre minha mãe.
Telinha |
Vivia para servir e se doar aos seus trabalhadores do campo e era amigo de todos.
Quando meu pai já estava com a idade mais avançada vi um dia ele chegando perto do fogão ( naquela época a lenha) jogar um caderno gordo de contas das pessoas que lhe deviam. Colocou no fogo e sorrindo disse:
Vou colocar tudo pra Deus. Seja lá o que Deus quiser!
E era maravilhoso constatar a resposta de Deus para aquele gesto! As pessoas vinham pagar as dívidas e ele dizia. Queimei o caderno. Não sei quanto você me deve. E pagavam aquilo que sua consciência dizia.
Para quem não sabe vou lhe dizer quais os momentos de verdadeira ternura na minha infância. Parece hoje!
Ficaram vivas em mim as tardes de domingo quando minha mãe reunia as crianças e dava o catecismo para todas nós crianças sentadas nos batentes desta calçada da Igreja de Paraná- RN.
Os pais não sabem o quanto fica na vida de uma criança o estar presente em suas vidas proporcionando momentos assim junto com outras crianças. Era a minha maior alegria!
Hoje a comunidade continua o seu trabalho, a catequese e é um lugar de grande devoção a Mãe do Perpétuo Socorro que até hoje se faz a sua tradicional novena, toda terça - feira a noite.
Esta Igreja é o centro de comunhão da cidade construída com ajuda do povo, pobre e sobretudo pelas também dos sítios vizinhos.
Peço para quem tiver fotos do início, daquela época (não tinham máquinas digitais como hoje). Podem enviar as fotos neste e-mail:
A casa da minha infância que foi doada por minha mãe,
Maroquinha Pinheiro e meus irmãos José Pinheiro e Terezinha Pinheiro para a Igreja de Paraná-RN para sera Casa Paroquial da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Casa palco de vida
Sempre de portas abertas...
Coração da cidade!
Do amor jazigo...
Fonte para matar a sede: física, espiritual, cultural e afetiva!
Paragem que saciava a fome de retirantes e pedintes.
Guarida para os solitários...
Palavra de ternura para quem chegava preocupado,
Nervoso ou ansioso.
Palco de Vida
E do amor perene...
Vida que na saudade se revive.
Aconchego afável sabor de felicidade!
Não destruída a sua imagem original nas raízes de fantasias infantis e de coloridos sonhos:
Coleções de santinhos lindos e de sermos santas também... Um sonho que não se acaba jamais...
Terezinha chegou A META